Pudor
Não contribuo para o fim de tudo
Não contribuo para o fim de tudo
O tudo que há em mim se acaba
Horizonte interminável e amargo me aprisiona
E a crueldade do amor me inflama
São indecentes
São banais
É uma passagem
Uma entrega
O que não é meu me foi dado
Moro no lugar errado
Abstenho-me de tentar
A mudança é uma falácia
São guerras
São pessoas
É uma bobagem
Uma espera
Não vejo vigor nos jovens
Nem paciência nos velhos
É o terror tão belo
E a beleza um mistério
São sementes
São frutos
Penso que a esperança nos ameaça
E o medo nos alimenta
Lucas Tadeu