terça-feira, 25 de outubro de 2011

         A VIAGEM

   Há certos momentos tão incertos na vida. As imprecisões que descambam num nada violento agoniam o coração, a mente, o corpo. E quando pensamos que a calmaria está por chegar, uma tempestade muda tudo. E não me digam que há beleza nisso porque não há. Há escuridão e só. Sofrimento e dor e só. O poço da paciência seca, a virtude da temperança se afoga nas lágrimas do desespero. Pedir ajuda? A quem? Quem se dispõe a ajudar? Todos somem e não há ninguém. É aí que você descobre que só pode contar consigo mesmo. Procura, procura e não acha. Sabe por quê? Porque até você sumiu. e encontrar-se não será uma tarefa fácil. É um processo que exigirá sobretudo a confiança no desejo soberano de saber-se. Isso exige a fuga. Fuga do mundo, o retirar-se por um tempo, purificar-se, equilibrar-se para só depois voltar a ser, inteiro, preparado e ciente de seu lugar no mundo. 
    Sem perceber você se despede de todos, guarda as boas lembranças e segue rumo a sua caminhada individual, ímpar. Sem interrupções, sem apoio, mas com uma certeza alucinante. A certeza de que no final você estará de volta e então saberá não a razão das coisas, mas a melhor maneira de lidar com elas.
Lucas t.o.m

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

  ASSUMIR-SE
  A cada dia percebo que o preconceito vem dele próprio. Aqueles que são discriminados e perseguidos mantém uma conduta de auto-perseguição, auto-punição. Não se inclui através da separação de grupos específicos e classificações de pessoas pelo gênero, cor, etnia ou qualquer outra coisa banal. Primeiramente somos Humanos, apesar de , nem sempre nos vermos como tal. 
  A verdadeira verdade é que ninguém se aceita como é. Ou até se aceita, mas com uma retaguarda cheia de dúvidas e imprecisões. Nisso se arma e parece estável  como uma bela embalagem de Xampu. Por dentro há uma desolação. Desolação essa causada pela falta de diálogo, de palavras sinceras. Precisamos expôr nossas fraquezas e não fingir ter uma força que ainda não temos, fingir ser algo que jamais seremos. 
  Precisamos assumir. Assumir que estamos confusos, perplexos, mal-resolvidos e que isso não nos impede de ter momentos felizes, mas nos atormenta. Nos dilacera quando precisamos passar algum tempo conosco, sozinhos. Pois somente na solidão é que se pode enxergar o eu-verdadeiro, íntegro. E ao enxergarmos, não podemos mais nos esconder e somos obrigados a nos encarar.  
  Talvez quando a realidade assumir o lugar da fantasia, da vida colorida e cheia de alegria, possamos ser nós mesmos. Nada de pessimismo, apenas um pouco de lucidez.
Lucas t.o.m

sábado, 15 de outubro de 2011

Você pensa que está pronto. Abre os braços, caminha até a beirinha. Olha para baixo. Retorna e desta vez irá com tudo. Você seleciona o alvo, respira fundo e sai. Você corre desesperadamente. Impulsivamente decidido. É, afinal, seu objetivo. O que você tanto buscava. É quem você sempre esperou. Até que uma força maior que seu desejo lhe derruba bem próximo ao desconhecido. Daí, você quase pula, mas não pula. Talvez porque tenha medo. Ou por não estar bem certo do que quer. Ou por não estar pronto. Ou porque você simplesmente não quer pular. Descobre assim, que talvez você não seja como os outros. Nem todo salto é para todos e o tempo é seu e é só seu, pule quando quiser e somente se tiver vontade.  Anime-se você ainda pode contemplar a vista, de longe, mas pode.
Lucas t.o.m

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

UM SEGUNDO

A Criança
Um Inocente
Ingênuo
Brincando
Sonhando
O futuro
A família
O acaso
Uma arma
Um disparo
Dois disparos
E se foi
A vida
A esperança
Faz nascer
O desespero
A insegurança

Um bom aluno
Filho exemplar
Uma professora
Lutando 
Para fazer a diferença
Sem rumo
Sem sentido
Do que as crianças precisam?
Atenção, carinho
Precisam ser crianças
Sem armas
Sem tantas lágrimas
Sem tanto sangue
Derramado em vão
Ainda é preciso falar disso?
São só crianças
Crianças sós
Crianças e só
LUCAS t.



terça-feira, 4 de outubro de 2011


EU NÃO TENHO CORAÇÃO

E tanto que se é feito em nome do amor
Travessuras, declarações, coisas emocionantes
O que é o amor? 
É posse? 
Ciúmes cabem dentro dele? 
Desconfiar cabe dentro dele?
Tirar a vida cabe dentro dele?
A metade da laranja
Razão da minha existência
Romantismo magnético musical
Cartões e rosas
Sentimentalidades, fanatismos, lunatismos
Abstrato e vão
Subjetivo e particular é o amor
É preciso paixão, fervor, ficar sem ar, viver para amar
A mim, isso parece loucura, asma, ou qualquer coisa do tipo
Se ter coração é ter tudo isso
Desisto, não tenho coração
Pelo menos robôs não matam por amor!
O que se sabe é que:
O mundo é grande
A vida é um piscar de olhos
O amor é um sonho
E se o sonho é bom, para que acordar?
Lucas T.