quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"E de repente a vida que você conhecia muda totalmente. E o que você vê diante do espelho é outro. E esse outro é você. Estranho."
Alguns pensamentos meus - Lucas T.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

UNS
Sigo então com minha alegria de um sorriso triste
Cambaleando felizmente sobre este chão sem graça
Vejo vida em cada esquina, alí tentando seguir
E o alimento pra alma é a solidão
Penso, penso e peso
Há tantas importâncias em mim 
Em mil pedaços meus
Semeados no jardim da mansidão que me tem no fim da tarde
Sim, de manhã sou outro, o irritado
Ao meio-dia, sei lá quem sou

Caio e me levanto todos os dias
E já não me incomodam as cicatrizes 
Elas me descrevem melhor que eu

Sombrio e obscuro
Na lucidez que abraça a euforia
Canto pra espantar fantasmas



Noite pra que me tens tão sóbrio e doce?
Sol poente me alucina para humores diversos
Durmo antes da meia-noite
É cansativo ser vários em um só dia
Não tenho personagens
Sou a história, sem pé ou cabeça
Do que o tempo chama de estranho
Único eu chamo
Assim
Um
Ou não
Vários
Em um
Eu:Uns 

Lucas Tadeu


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DO MEU TIPO
Enxergo tantas possibilidades em mim, mas nenhuma me conduz a oferecer compaixão, mesmo quando ela é devida. Faço coisas sem saber se as faço pelo simples fato de fazer ou por uma vontade sorrateira que me angustia e me obriga a tanto. Não sou do tipo que chora em velórios. É tudo tão irreal, tão fora de qualquer órbita que meus pensamentos possam alcançar, que duvido que realmente seja um momento triste. Também não me encaixo no patamar de pessoas que está sempre alegre por tudo, agradecendo pelo sol que brilha e pelo dia que se anuncia. Sou mais aquela alma peregrina que só sabe mesmo é fazer perguntas para o tempo que resiste em repondê-las. 
Sou um homem que se ampara em sua própria insegurança de querer e não saber tudo. Engatinho ainda em terrenos móveis que me disassociam da realidade plena. Vivo caminhando sobre a linha tênue entre a sinceridade e a frieza. Não que eu não tenha sentimentos, mas eles são tão desdobrados e entrelaçados em uma esperança infinita, que demonstrá-los é uma tarefa árdua, tanto que me parece mais fácil suprimí-los por detrás de um personagem. Sou do tipo que acorda sorrindo e segue assim por semanas. E num belo dia de outono se fecha como ostra e se isola e se consola e renova suas forças e volta a sorrir. Sou eu e minhas características efêmeras. Preciso de mim de vez em quando. Preciso de mim mais do que gostaria ou mais do que possa suportar. Sou um mundo inteiro em mim, completo. 
Outras vezes evito o espelho, fujo de mim como louco. Quem tentar me entender vai se enrolar numa teia múltipla de indefinições aleatórias que não conduzem ninguém a lugar algum. Se eu me entendesse eu não escreveria. Para que escrever quando as palavras não servirão de alívio temporário para as angústias da alma? Por dias me abraço a Rilk, "prefiro a pantera ao anjo", e passo a "condensar o vago em preciso".
O que quero dizer é que não sou daqueles adoráveis seres que agradam todo mundo e que riem de piadas toscas. Ledo engano, até eu me enganei nisso, não tenho tendencia a caridades. Preciso de prazer para mostrar meu sorriso. Gosto de rostos verdadeiros, de gente de carne e osso, que sofre e luta, que não se entrega, mas que sobretudo não finge uma felicidade alternativa. 
Se me pedir pra guardar um segredo, eu esquecerei o que me disser. Se me pedir um conselho, eu não direi nada, e com a cara mais sem sal lhe lançarei um olhar de questionamento. Se me perguntar se eu te amo, eu levarei alguns dias para lhe dar a resposta. Pois se eu nunca te falei, talvez nem tenha pensado sobre isso. Não tenho respostas prontas, e por que eu deveria, visto que tenho esperado tanto tempo por algumas respostas que acho que nem virão um dia?
Sou um pouco do que desejo e do que gostaria de ser. Não se preocupe se eu não te olhar nos olhos, se eu não te ver. Nada em mim é fingimento. Não sei se tenho um tipo definido, acho que sou do meu tipo. Não aceito conselhos, até os ouço e reflito sobre eles, porém,  acho que ninguém possa me ajudar ou me aconselhar, não sem uma intenção velada, não de maneira neutra.
Quanto às criticas, "não passam de mal-entendidos mais ou menos afortunados" .E como diria Clarice:" E se me achar esquisito,respeite também, até eu fui obrigado a me respeitar."

Lucas Tadeu

sábado, 13 de agosto de 2011

NÃO A DEIXE MORRER

Das coisas que  simplesmente não entendo e que excedem a angústia diária de meus pensamentos, inquieta-me o grave problema da exclusão da paciência. Esta que foi esquecida, abandonada. Assim como abandonamos nossas crianças e jovens e a esperança que grudada estava a eles também se foi. Educação se resumiu a gritos e sermões demorados. É fácil cobrar quando se faz o contrário. As palavras movem, os exemplos arrastam!
Queremos uma sociedade incorruptível. Ensinando que o melhor sempre vence e o sempre, exige trapaças e tropeços. Igualamos os gêneros e as personalidades. Somente para podermos exigir as mesmas coisas de todos. E o respeito à multiplicidade ficou suprimido.
"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma. Até quando o corpo pede um pouco mais de alma. A vida não para!" Corremos de lá pra cá sem rumo, sem caminho definido, gastando nossos sonhos sem exitar.
Fazemos pedidos pela manhã e os queremos relizados ao meio-dia. Quem sabe esperar chamam-no preguiçoso, " mosca morta". Paciência já é quase uma patologia. Quem aprendeu a tê-la fez questão de esquecer. Há ainda alguns poucos e resistentes seres, aos quais eu chamo iluminados, que cultivam esse dom. 
O maior guerrreiro é aquele que sabe esperar a hora certa de atacar ou de apenas se defender.
Vejo a irritação nas redes sociais, no trânsito, nas escolas, academias, televisão, nas ruas, supermercados. Vejo a pressa nisso tudo. É como o motorista que nunca relaxa e fica segurando a marcha quando o sinal fecha para poder sair depressa quando ele abrir, é só mais um escravo no tronco  aguardando que o chicote lhe pegue o lombo em cheio.
Àquele que se presta ao papel de paciente resta o desprezo, é um eterno andar contra a correnteza. Mas numa caminhada que vale a pena,pois no final, quem realiza a verddadeira e grandiosa conquista não é o primeiro a cortar a fita da linha de chegada, mas aquele que supera seus próprios limites parando no meio do caminho para ajudar aos que caem e clamam por auxílio. este sim ganha um prêmio, este merrece nosso respeito. Ser campeão só é válido quando não é uma conquista egoísta.
Concluo com as palavras melodiosas de Lenine: "O mundo vai girando cada vez mais veloz. A gente espera do mundo e o mundo espera de nós. Um pouco mais de paciência"
Paciência para colher os frutos, que sempre vêm, mesmo que a árvore não frutifique, colheremos sua sombra, sua presença, seu frescor.

Lucas T.

domingo, 7 de agosto de 2011


Me chamam de paranóico
Porque gosto de respostas
Gosto de manisfestação 
Porque eu não suporto o  silêncio que não sacia a dúvida
O silêncio pode ser amigo quando é desejado
Mas quando substitui a resposta, até responde
Com a simplicidade de um Não
Que não esclarece
E a escuridão é fria e às vezes assusta
Sou movido pelas palavras e sua claridade
Preciso delas antes de dormir
Afinal, nem só de harmonia vive uma canção!
Quero a letra, no papel, no ar
Só assim respiro
Se sou paranóico? Exigente demais ?
Com certeza não será a resposta a essas perguntas que me satisfará!

Lucas T.






terça-feira, 2 de agosto de 2011

FALTA

Vivemos a esperar. A resposta que nunca chega. O carinho que se esvai. A palavra que não se diz. O pedido de desculpas que não vem. O elogio que parece nem existir. A mão que não toca. O calor que não esquenta. O desejo que não satisfaz. A vontade que não evolui. A esperança que apesar de não morrer, enfraquece. O sonhar que se interrompe. O caminhar solitário que se estende. O perceber-se vazio. A ideia que não se realiza. O prazer que não é recíproco. A dedicação que não aparece. O sentido que não se sente. O ombro amigo que não sustenta. O apoio não recebido. O beijo contido. A voz que se cala. O silêncio que esfria. A dor que é suprimida. A lágrima que é contida. E quantas coisas mais nesta vida que não acontecem. Sem explicação, sem razão. 
Pra que entender ?  o entendimento não revigora. Sei de muitas coisas e nenhuma delas me faz companhia quando todas as outras se vão. Há tantas pessoas neste mundo. Espalhadas. Espelhadas. Eu aqui e elas por aí. O diálogo que foge. As conversas que diminuem. Então eu paro e me pergunto: Onde estava que não vi o passado sair de fininho ? Onde estava que não enxerguei minha boas lembranças caindo no poço do esquecimento ?
Hoje tudo se faz tão complicado que muita gente nem sabe mais dar um simples: Oi!
Tudo o que posso dizer é que há muito que superar e evoluir. Há um cansaço que a expectativa gera e que aos poucos corrói a autoestima. Nos perguntamos: O que eu fiz de errado? Mas quando essa resposta chega, e ela sempre chega, não satisfaz. Saber que não há nada de errado com você, mas que há um enorme muro entre o outro e você é desesperador. 
Eu continuo querendo, mais e mais. Eu preciso da continuação. Não quero o final feliz. Quero o meio, o recheio.
E eu não me acostumo com não ter ninguém do outro lado. Quero fazer parte. Quero me interar. 
Queria poder me entregar, me render. Mas, em territórios da paixão, a batalha talvez nem exista!

Lucas Tadeu