quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Aqui dentro é In(finito)
Sem cor ou direção ou contramão. Minha camisa amarrotada pelo silêncio. A expressão da face que não traduz o sentimento. O sentimento que não sei se tenho. O sentimento que jamais senti. Se senti não percebi. Se percebi, esqueci. Em minha frente havia uma esquina e eu não vi. Não dobrei à esquerda. Segui reto, porque sempre faço isso. O que tem de ser nem sempre é. E quando é, desgasta. O tempo desgasta tudo. E são tantos finais em mim. As vontades se apavoram em sua consciência desta minha realidade. Espero que caia do céu, mas se caísse, só haveria o chão. Como eu queria estar agora de braços abertos, de coração aberto. Ainda não encontrei minhas chaves. 
Ando aí, assim, tão desbotado. Despetalado. Minha harmonia não dura. Minha temporalidade difere ao que é normal, ao que é aceitável talvez. Mas é assim que me gosto e me suporto. A mudança bate sempre à porta. Para quem a deixa entrar, conduz a transformações imperiosas,. Contudo engana-se quem acha que ela não sabe pular a janela, atravessar paredes, invadir os lares. Não há como fugir dela. 
E mesmo no caminho mais reto, as curvas serão inevitáveis. Em cada curva um sorriso. Em cada curva um labirinto. Por tanto tempo estarei ainda vivo. Nada acaba, e nem há fim que sempre dure. Soa estranho? Em tudo existe algo de esquisito. Ai como dói ser assim:  tão infinito.
Lucas T.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quando se sentir estranho e achar que está perdido
Que não sabe para onde está indo
Que não sabe o que quer
Quando não se reconhecer mais
Quando a vida lhe ferver à cabeça
Respire, você não está sozinho
Isso não é o começo da loucura
Mas um indício de lucidez
E a lucidez pode causar dor
Contudo, parece ser mais aconselhável o risco da dor da clareza do que viver a felicidade na ignorância
É normal sentir-se assim, deslocado, sem rumo
Lembre-se: você ainda é seu 
Ser humano é sofrer, duvidar, estressar-se
E também é alegrar-se, conviver e amar
A vida é completa
Mas isso não significa que ela seja perfeita!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Penso que às vezes seria muito bom me desligar de mim  Esquecer-me   Andar sem esperar por nada  Mas em minha trilha as paisagens me obrigam a olhar pra dentro  Quem sabe esse olhar me surpreenda quando eu descobir que esse talvez não seja eu

Alguns pensamentos meus- Lucas T.
Ideias são  planas demais Me enquadro e me desgasto nelas Persigo meus sonhos horizontais Desmonto    Lá vem ela novamente Graciosa mudança que me embala Em seu colo eterno Algo novo Novamente outra chance Impaciente que sou me desespero E só agora atento para o sentido Não há perfeição    A evolução nunca para A cada dia morremos Pra em outro dia nascermos E amanhã já não serei o mesmo

L.M

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dias que se passam recentemente me prendem a mim mesmo não me deixando soltar. Estou preso aqui dentro, mas sinto-me jogado para fora. Não é uma liberdade assim, externa. É algo bem mais comprometedor que me arrebata, chicoteia e me traz de volta a minha velha questão: Eu, quem sou? E apesar disso nem me preocupar mais como era dantes, em nada me alivia pensar nisso. São grandes as conquistas as que tenho chegado, meus modelos cairam e eu cai junto a eles para poder aprender a fazer sozinho, a ser sozinho, a me construir do nada. Do nada sim, pois as bases que até então eu pensava que eram tão minhas, não o eram. Foram roubadas de outras cabeças, de outras sentenças, que não as minhas. Aí eu me perguntava: Cadê o espelho? E quanto mais eu o procurava mais ele fugia. Cansei de procurar. De tanto fazê-lo nem me dei conta de que conseguia viver muito bem sem ele, sem meu reflexo, sem aquela imagem a seguir, sem nenhum padrão. Eu sou os meus padrões, absurdos, grotescos. É a minha implusividade o que faz de mim um ser em construção. Por vezes intratável, irritável, incompreenssível, mas que no profundo da propriedade carnal e de alma se faz apenas um pássaro. E como todo pássaro, possui asas. É! Eu ainda sei voar, e como gosto tanto disso. Gaiolas não me prendem nem me esquivam de me ser. Aqui dentro desse poço de egoísmo, que me leva a angústia perturbadora de sentidos, mas que ao fim me devolve a falta, que por sua vez me permite desejar mais e mais, existe uma inteireza, uma ebulição, sublimação. Uma canção própria e inintelígivel. Ai como é bom ser quem agente nem sabia que era e perceber que se pode ser não o que se quer mas o que se é possível ser!
Lucas Tadeu